O desenvolvimento do comércio possibilitou uma urbanização na Europa.
O homem medieval, agrário e místico, deu lugar ao homem moderno, urbano e racional. Valores da Igreja Católica foram questionados. Uma nova visão de mundo foi construída com base em princípios racionalistas, o que contrariava a tese medieval de que Deus é o centro de tudo.
O homem passou a encarar a si próprio como o centro de todas as coisas no universo.
As revoluções, nesse sentido, observadas no campo artístico e literário promoveram um movimento cultural que ficou conhecido como Renascimento.
 
Humanismo
Os humanistas acreditavam na possibilidade da reformulação dos currículos das universidades medievais e em princípios racionalistas da cultura clássica em oposição à Igreja.
O Renascimento teve origem na Itália. As cidades conseguiram alcançar um significativo desenvolvimento, o que enriqueceu suas respectivas burguesias. Isso foi um poderoso estímulo para a produção artística e intelectual. Outros fatores que favoreceram a formação do Renascimento foram:

Muitos sábios de Constantinopla exilaram-se na Itália.
Os principais representantes do Renascimento, na pintura, foram Botticelli, Leonardo da Vinci e Michelangelo.
Na Literatura, tivemos Miguel de Cervantes, Shakespeare, Camões, Montaigne e Dante Alighieri.
Nas Ciências, Galileu Galilei e Nicolau Copérnico foram os maiores expoentes do Renascimento.
Os sábios do Renascimento procuraram explicar os fenômenos da natureza pelo pensamento lógico e racional, ou seja, pelo método experimental, base da ciência moderna.
Além de mudanças no campo Intelectual, o Renascimento presenciou uma verdadeira revolução religiosa, conhecida como Reforma.
Por meio dela, houve o surgimento de novas religiões, chamadas protestantes.
Ao longo da Baixa Idade Média, a Igreja Católica foi perdendo a confiança de boa parte de seus fiéis.
A oposição de certos comerciantes floresceu porque estavam desgostosos com a Igreja Católica pelo fato de ela condenar o lucro e a usura, o que era incompatível com os interesses do capitalismo.
Muitos reis passaram a encarar a Igreja Católica como uma instituição estrangeira.
 
Luteranismo
Em 1517, Martinho Lutero rompe com a Igreja Católica. O motivo foi a publicação de 95 teses que condenavam energicamente a venda de indulgências. O papa excomungou-o. Lutera teve total apoio dos príncipes alemães.
Nascia, então, uma religião preocupada com a livre interpretação da Bíblia.
Para Lutero, só a fé seria capaz de levar alguém para à salvação de sua alma. O culto aos santos e à Virgem Maria foi abolido.
Isso possibilitou o surgimento de mais duas religiões reformadas, o calvinismo e o anglicanismo.
 
Calvinismo
Calvino conseguiu, com sua nova religião, o apoio da burguesia. A ideia da condenação ao lucro deixava muitos comerciantes aflitos.
A grande inovação no calvinismo foi a tese de que, para ser salvo, o indivíduo deveria comportar-se como um predestinado, deveria acumular a maior quantidade possível de riquezas, pois somente dessa maneira é que ele receberia a graça de Deus. O trabalho, dessa forma, era muito valorizado.
 
Anglicanismo
Henrique VIII era rei da Inglaterra e viu na ruptura com a Igreja Católica uma boa possibilidade de se afastar da interferência do papa nos assuntos nacionais
O rompimento definitivo com o papa e a fundação da Igreja Anglicana se deram por um motivo fútil: a não permissão do divórcio do rei com Catarina de Aragão.
O rei virou o chefe da Igreja Anglicana.
O anglicanismo em nada modifica as doutrinas e cultos do catolicismo.
 
Contrarreforma
A Igreja Católica obrigara-se a fazer uma série de reformas em suas estruturas, que ficaram conhecidas como Reforma Católica ou Contrarreforma.
As bases da Contrarreforma assentavam-se na ação da Companhia de Jesus e no Concílio de Trento.
 
Jesuítas
Fundada em 1540 pelo espanhol Inácio de Loyola, tinham como missão combater as novas religiões não pelas armas, mas pela pregação missionária e pela educação.
 
Concílio de Trento
Foi uma reunião de doutores da Igreja Católica para discutir seus dogmas.
Centrava-se na reestruturação da unidade da fé católica e, com a disciplina eclesiástica, condenava o protestantismo.
 
O absolutismo
Uma das características do feudalismo foi a descentralização do poder político.
Com o desenvolvimento da burguesia, era necessário unificar leis, pesos, medidas, impostos e Forças Armadas.
Foi possível somente por meio da criação de uma figura soberana, o rei.
A partir de então, ele alia-se à burguesia, centralizando o poder gradualmente.
 
TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
 Nicolau Maquiavel: sua principal obra é O Príncipe.
 Thomas Hobbes: publicou o Leviatã.
Jacques Bossuet: para ele, o poder real tinha legitimidade divina.
 
O ABSOLUTISMO INGLÊS
 A gênese do absolutismo inglês reside na Guerra das Duas Rosas.
Henrique VIII cristalizou a centralização do poder para legitimar o poderio do monarca; e a nobreza, como um todo, tornou-se submissa a ele com o apoio da burguesia.
No entanto, esse poder absoluto do rei é questionado e, em 1648, Oliver Cromwell assume o poder da Inglaterra.
Em 1688, foi deposto Jaime II, o último rei absolutista.
Como esse episódio ocorreu sem derramamento de sangue, ficou conhecido como Revolução Gloriosa. Ela caracterizou a ascensão da burguesia sob regime parlamentarista, no qual o rei reina, mas não governa.
 
O ABSOLUTISMO FRANCÊS
 A fim de derrotar os ingleses na Guerra dos Cem Anos, o rei francês lançou mão de impostos sobre seus súditos.
Ao fim da guerra, conseguiu concentrar enorme poder em suas mãos.
Um fator importante no absolutismo na França foi o surgimento da dinastia dos Bourbon.
Luís XIV foi o soberano que mais se utilizou das prerrogativas absolutistas, como o proferimento de sua famosa frase “o Estado sou eu”, ou todo o luxo acumulado no Palácio de Versalhes, onde vivia a corte do Rei Sol, como ele era conhecido.
 
O iluminismo
A partir do século XVII e ao longo do XVIII, a característica mais forte do Iluminismo era a crítica às bases de sustentação do Antigo Regime: o absolutismo, o mercantilismo, o misticismo religioso e os privilégios do clero e da nobreza.
Os iluministas levaram em consideração os anseios da burguesia. Ao formularem suas teorias, baseavam-se no racionalismo.
O Iluminismo exerceu forte influência sobre a Revolução Francesa e o movimento de libertação das Américas.
Os principais filósofos iluministas foram:
 
JOHN LOCKE
 Autor do Segundo Tratado do Governo Civil, pregava que os homens possuíam a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais. Para que esses direitos fossem preservados, deveria haver o estabelecimento de um contrato, criando o governo e a sociedade civil.
Suas ideias influenciaram a Constituição dos Estados Unidos da América.
 
MONTESQUIEU
Escreveu O Espírito das Leis, obra na qual sistematiza a tripartição do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário.
 
VOLTAIRE
Foi um crítico feroz da Igreja Católica. Ele é autor de Cartas Inglesa, tendo se destacado pela defesa da liberdade de expressão, que ficou evidenciada na famosa frase “Não concordo com uma única palavra que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-las”.
 
ROUSSEAU
É autor de O Contrato Social, tendo fundamentado sua teoria social e política na ideia de pacto. Ele acreditava que o povo deveria ser soberano nas decisões de governo. Foi por causa dessas ideias que foi considerado o pai da democracia moderna.
Defendeu a liberdade individual e a igualdade de todos perante a lei. Sua frase mais famosa foi: “O homem nasce bom; é a sociedade que o corrompe”.
Seus escritos influenciaram a Revolução Francesa.
No final do século XVIII tornou-se necessária a reelaboração das teorias econômicas, como o liberalismo.
A primeira escola econômica foi a fisiocrática, que criticava o mercantilismo com base na crença de que a riqueza econômica somente é obtida por meio da agricultura, cabendo ao comércio e à indústria o mero papel de fazer circular as riquezas.
Já a Escola Clássica defendia a tese de que é o trabalho, e não a terra, era principal fonte de riqueza. Seu representante mais importante foi Adam Smith, cuja obra A Riqueza das Nações faz referência aos capitalistas modernos.
 
A Independência dos Estados Unidos
O processo de independência dos Estados Unidos foi a primeira manifestação política alicerçada nos ideais iluministas. Os EUA romperam com o sistema colonial e a Inglaterra decidiu apertar os laços coloniais, aumentando os impostos. Isso desagradou a elite colonial, acostumada a uma certa liberdade em relação à metrópole. Então, a metrópole, ou seja, a Coroa Inglesa decidiu adotar uma série de leis, como a Lei do Açúcar, a Lei do Selo e a Lei do Chá.
A burguesia, descontente, ansiava por liberdade.
Os colonos iniciaram um movimento de emancipação da Inglaterra.
A Declaração de Independência dos Estados Unidos rompe definitivamente os laços coloniais e uma nova nação é formada.
Os ingleses não aceitaram passivamente essa Declaração de Independência e declararam guerra aos EUA.
Nos últimos cinco anos da Guerra de Independência os colonos norte-americanos receberam importante ajuda financeira da França. No total, a guerra arrastou-se por sete anos, resultando na vitória dos colonos, que forçaram a Inglaterra a reconhecer a independência dos Estados Unidos em 1783.
Acabada a guerra, foi necessário instituir uma Constituição, que foi embasada no republicanismo; na separação dos poderes do Estado e no livre exercício dos direitos políticos e civis.
 
Revolução Francesa
A Revolução Francesa é considerada o marco divisório entre Idade Moderna e Idade Contemporânea. Por meio dela, pretendia-se que a burguesia assumisse o poder político.
 
CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA
Situação social: sociedade feudal, dividida em três Estados que se revoltavam contra os privilégios do clero e da nobreza.
Situação econômica: caos na agricultura francesa e dificuldades da indústria.
A ajuda financeira à causa da independência dos Estados Unidos também colaborou para aumentar a crise.
Situação política: ideais iluministas e o fato de a burguesia francesa ter tomado consciência da necessidade de acabar com privilégios.
Principais etapas da Revolução Francesa
 
A REVOLTA ARISTOCRÁTICA
Devido à crise econômica cada vez maior, esta revolta teve como objetivo impor ao terceiro Estado o aumento de impostos. O clero e a nobreza recusavam-se a abrir mão de seus privilégios.
 
A ASSEMBLEIA CONSTITUINTE
Inconformado com o critério de votação, no qual o clero e a nobreza obtinham a maioria dos votos, o Terceiro Estado proclamou-se em Assembleia Nacional Constituinte.
A revolta tomou as ruas e o povo, inflamado pela burguesia, tomou a Bastilha em 14 de julho de 1789. Era o início da revolução. Em agosto desse ano, foi escrita a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de cunho iluminista. Em 1790, os bens da Igreja foram confiscados.
 
A MONARQUIA CONSTITUCIONAL
O absolutismo francês chegara a seu fim e, com ele, os privilégios do clero e da nobreza.
O rei tentou fugir, mas foi preso, e condenado à morte. Os exércitos das nações absolutistas invadiram a França, mas foram derrotados e foi proclamada a república francesa.
 
A REPÚBLICA E A CONVENÇÃO NACIONAL
Esta fase se divide em duas:

 
O Governo de Diretório
Foi marcado pela volta da alta burguesia ao poder. Possuía cinco membros e tinha forte apoio popular e burguês. Entrou em cena em 1799 um eficiente general: Napoleão Bonaparte.
 
A Era Napoleônica
Napoleão iniciou em 1799 uma verdadeira ditadura militar. Nesse período, a burguesia consolidou-se no poder, realizando a centralização administrativa e dando incentivos à indústria nacional e ao comércio.
Napoleão implementou uma política educacional laica e acordos muito promissores com o papa,
 
O IMPÉRIO NAPOLEÔNICO
Não satisfeito com o título de cônsul, Napoleão convocou um plebiscito, em 1804, para referendá-lo como imperador.
A França passou para a ofensiva nas relações políticas e econômicas. As instituições burguesas eram exportadas por Napoleão para os países que conquistava.
As monarquias absolutistas uniram-se para combater o poderoso exército francês, mas a melhor marinha do mundo continuou a ser a da Inglaterra.
Napoleão decretou em 1806 o Bloqueio Continental, que consistiu no fechamento do comércio inglês ao seu principal mercado: a Europa.
Em 1812, os russos decidiram furar o bloqueio. Napoleão, invadiu a Rússia. Essa campanha militar lhe custou muito caro. No rigoroso inverno russo, cerca de 300 mil homens morreram de frio, fome, em decorrência de doenças ou nas mãos do exército russo.
Enfraquecido militarmente, Napoleão não pôde resistir ao ataque da Sexta Coligação. Em 1814 foi forçado a abdicar e a exilar-se na ilha de Elba. Então, a dinastia dos Bourbons reassumiu o trono francês. Napoleão Bonaparte fugiu do exílio, derrubou o rei e reorganizou seu exército de seguidores.
O império napoleônico durou cem dias, culminando na derrota de seu comandante em Waterloo.
O imperador francês foi exilado na distante ilha de Santa Helena. Morreu em 1821, talvez envenenado. Luís XVIII retomou à coroa francesa.
Em 1815, foi instalado o Congresso de Viena para frear o ideal liberal burguês.
 
A Independência da América Latina
Os ideais iluministas cruzaram o Atlântico e serviram de base às elites coloniais latino-americanas como instrumento de contestação ao sistema colonial.
 
A SITUAÇÃO COLONIAL
Para conseguir administrar um imenso império colonial, a Espanha dividi-o em quatro vice-reinos.
A Espanha exercia rígido controle administrativo, principalmente nas colônias ricas em metais preciosos.
 
AS RAZÕES DA INDEPENDÊNCIA
A Espanha não se preocupou em criar para si uma estrutura industrial. As riquezas exploradas de suas colônias na América eram a sua principal fonte de renda.
As fontes, que pareciam ser inesgotáveis, começaram a acabar. A crise foi inevitável. Para solucioná-la, a coroa espanhola optou por duas saídas:

Essas medidas desagradaram os membros da elite colonial, que não possuíam direitos políticos.
O controle da administração colonial ficava a cargo dos chapetones.
As transformações liberais pelas quais passaram a Europa e os Estados Unidos serviram de modelo
em solo colonial espanhol. A Inglaterra incentivou e apoiou a ruptura colonial, fornecendo armas e dinheiro aos criollos revoltosos.
Terminadas as lutas, índios e mestiços continuavam marginalizados nas decisões políticas e econômicas.
 
OS MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA
 A Revolta de Tupac Amaru
Submetidos ao trabalho compulsório em condições precárias, os índios, sob a liderança de Tupac Amaru, rebelaram-se, em 1783, no Peru.
Depois, votou-se a favor da independência política. No entanto, o movimento foi sufocado e Tupac Amaru foi preso e condenado à morte, tendo sido, antes, brutalmente torturado.
 
A independência do México
O México conheceu sua primeira tentativa de emancipação política em 1810, porém o movimento foi sufocado e a independência de fato só ocorreu em 1821.
 
A independência de Nova Granada
Teve participação fundamental de Simon Bolívar. A partir desse movimento emancipatório surgiram Colômbia, Venezuela e Equador.
 
A TENTATIVA DE UNIFICAÇÃO
Simon Bolívar, o maior de todos os libertadores, foi o maior incentivador da ideia de se construir uma América Latina unida politicamente. O fracasso do Congresso do Panamá, em 1826, pôs fim a esse sonho. Os interesses norte-americanos e britânicos enterraram a possibilidade de coesão entre os países recém-criados.
 
A INFLUÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
A jovem nação norte-americana enxergava muitos interesses econômicos na América Latina.
A Doutrina Monroe, cujo slogan era “A América para os americanos”, isto é, nenhuma potência estrangeira deveria intervir em assuntos internos nos países do continente americano, garantia aos Estados Unidos o controle absoluto sobre as áreas produtoras na América Latina.
 
A Revolução Industrial e o capitalismo
Ao conjunto de transformações técnicas e econômicas que colaboraram na consolidação do capitalismo como modo de produção, observadas a partir da segunda metade do século XVIII na Inglaterra, chamou-se Revolução Industrial. Ao longo do século XIX, esse efeito expandiu-se para os demais países europeus, para os Estados Unidos e para o Japão.
As máquinas eram movidas a vapor, o que eliminou o artesanato como modo de produção. Formou-se uma rica burguesia industrial, ao passo que a grande maioria nada possuía além da mão de obra e da prole. Daí vem o termo proletariado, ou seja, os miseráveis operários que trabalhavam nas indústrias.
 
A INGLATERRA E O PIONEIRISMO INDUSTRIAL
 Os seguintes fatores favoreceram a Inglaterra como a primeira nação a realizar a Revolução Industrial:

 
FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Primeira Fase
Limitada à Inglaterra, foi marcada pelo surgimento das indústrias têxteis, de lã e algodão.
Segunda Fase
Expansão da França, Bélgica, Alemanha, Estados Unidos e Japão.
Foi caracterizada pelo motor à explosão e pela indústria química.
 
CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A burguesia industrial pagava péssimos salários e expunha seus operários a exaustivas jornadas de trabalho. Eram péssimas as condições de vida e alto os índices de acidentes de trabalho.
Essa situação gerou inúmeros conflitos entre patrões e empregados. Estes começaram a se organizar em associações e sindicatos de classe e usavam a greve como principal arma.
 
MOVIMENTO SINDICAL
A primeira tentativa de organização sindical ocorreu na Inglaterra com o ato das quebras das máquinas. As autoridades inglesas a reprimiram violentamente, mas o movimento operário continuou.
 
Movimento Cartista
Suas reivindicações eram:

O movimento operário foi aos poucos conquistando os direitos, que, para os dias de hoje, nos parecem naturais.
 
EFEITOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 

 
TEORIAS CAPITALISTAS
A base teórica do liberalismo econômico estava no fato de que o Estado não deveria intervir na economia. O que deveria prevalecer era a lei da oferta e da procura. Os interesses da burguesia e as práticas liberais independiam do modo de governo, mas sim das leis que regulamentam a liberdade econômica e a limitação do poder do soberano.
 
TEORIAS SOCIAIS
Em oposição ao liberalismo burguês, surgiu o socialismo, que pregava a igualdade entre os homens e procurava formas de dividir melhor as riquezas.
 
O socialismo utópico
Por não apresentarem condições reais, os socialistas foram chamados de utópicos. Idealizavam uma sociedade perfeita.
 
Saint-Simon
Pregava uma vida harmoniosa entre as diversas camadas sociais. Para ele, o governo deveria ser composto por cientistas, artistas, operários, industriais e banqueiros.
 
Charles Fourrier colocou em prática, na sua fábrica, as teses que defendia.
Por causa das dificuldades de sua época, suas tentativas foram malogradas.
 
Socialismo científico
Dois pensadores, Karl Marx e Friedrich Engels, legitimados por volumosos estudos científicos escritos, propunham a tomada do poder pelos operários.
A burguesia seria desapropriada de seus bens e o Estado seria o encarregado da distribuição de seus bens na sociedade.
Os dois alemães influenciaram o movimento operário dos séculos XIX e XX e até os dias de hoje têm seus adeptos.
 
Anarquismo
As teorias anarquistas defendiam o fim da burguesia como classe social e a total eliminação do Estado.
Em finais do século XIX, o movimento sindical recebeu ampla força do anarquismo.
O principal pensador deste movimento foi Bakunin.
 
Neocolonialismo
Havia necessidade de conseguir mercados consumidores para os produtos industrializados e matéria-prima.
As potências industrializadas da Europa saíram em busca de colônias nas quais pudessem dominar.
Essa nova colonização estendeu-se para a África e a Ásia.
Além de interesses econômicos, outra justificativa para legitimar o neocolonialismo foi o darwinismo social, tese fundamentada na ideia de que os brancos europeus seriam, dentro da espécie humana, a raça mais evoluída.
Os pioneiros do neocolonialismo foram Inglaterra e França. A França ficou com o norte da África e com o Sudeste Asiático.
A Inglaterra teve seus domínios na África, Ásia e Índia.
 
A GUERRA DO ÓPIO
A superioridade tecnológica da Marinha britânica se mostrou bastante decisiva para o resultado da Primeira Guerra do Ópio.
Por considerarem o ópio uma droga nociva ao povo, as autoridades chinesas proibiram seu comércio, o que feriu os interesses dos ingleses. Isso deu início a uma guerra desastrosa para os chineses.
Os ingleses se saíram vitoriosos, impondo à China o Tratado de Nanquim, no qual foi obrigada a ceder-lhes Hong Kong.
 
EXPANSÃO DO IMPERIALISMO
A corrida por colônias tornou-se acirrada.
Alemanha e Itália, exerceram forte pressão política e militar para conseguirem direitos de exploração nas colônias. Essas disputas foram importantes para a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
A expansão imperialista dos Estados Unidos se deu, principalmente, na América Latina, Filipinas e Havaí.
Os japoneses conquistaram, em seu imperialismo, a Coreia e ilhas próximas.
O século XIX assistiu, ao longo de toda a sua extensão, a proliferação de movimentos revolucionários de caráter liberal burguês.
 
O CONGRESSO DE VIENA (1814)
Com o fim do império napoleônico, as nações vencedoras (Inglaterra, Prússia, Áustria e Rússia) se reuniram para reorganizar o mapa europeu.
Uma das decisões do Congresso foi o Princípio da Legitimidade, que estabelecia o retorno das dinastias absolutistas que governavam os países invadidos por Napoleão. Para garantir a integridade dessas nações absolutistas, foi criada a Santa Aliança, cujo objetivo era reprimir qualquer manifestação de caráter liberal ou nacionalista. Porém, não foi capaz de evitar as revoltas liberais de 1830 e 1848.
 
REVOLUÇÕES LIBERAIS DE 1830 E 1848
Após a queda de Napoleão, a monarquia foi restaurada na França.
Com sua morte assume o trono seu irmão, Carlos X, que instituiu uma política conservadora, autoritária e antiliberal.
Ele criou uma série de leis que retomavam o monopólio da educação para as mãos da Igreja e indenizavam a nobreza pelos prejuízos causados com a Revolução Francesa, além de perseguir os liberais.
Reagindo, a burguesia francesa e as camadas populares se uniram em uma revolta que derrubou Carlos X.
A coroa, então, foi entregue a Luís de Orleans, nobre ligado à alta burguesia.
 
A Revolução de 1848
O governo de Luís Felipe mostrou-se incapaz de solucionar os problemas franceses. A corrupção reinava e, além desses fatores negativos, havia uma grave crise econômica na França.
A indústria sentiu os efeitos dessa crise por meio de desemprego, falências, descontentamento do povo e da burguesia, que se uniram novamente.
A República foi restaurada e foi instituído um governo provisório formado por republicanos, socialistas e bonapartistas.
As principais medidas adotadas por esse governo foram:

Com a vitória dos republicanos, houve um retrocesso político, com a suspensão de sindicatos e jornais, que foram fechados.
Como resposta, os socialistas lideraram uma revolta que foi reprimida: cerca de 10 mil pessoas morreram.
Assume, então, a presidência da França Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão.
Nesse período, a França expandiu seu império, o que trouxe significativo desenvolvimento econômico ao país.
A nova ordem política estipulada pelo Congresso de Viena deixou diversos povos descontentes na Europa. Em razão disso, houve o surgimento de movimentos nacionalistas, que reivindicavam o direito de construírem suas próprias nações.
 
A UNIFICAÇÃO ITALIANA
Até a segunda metade do século XIX, a Itália não era um Estado unificado.
A construção de um Estado italiano unificado teve início, de fato, com a atuação política desenvolvida sob a liderança do Reino da Sardenha-Piemonte, que provocou uma guerra contra a dominação austríaca.
Com as vitórias, a Itália conseguiu anexar vários pequenos reinos.
No sul da Itália teve destaque o libertador Giuseppe Garibaldi.
Após a conquista de quase todos os territórios, Vitor Emanuel é coroado rei da Itália.
 
A UNIFICAÇÃO ALEMÃ
Antes da unificação, a Alemanha era um amontoado de 38 pequenos e insignificantes reinos, cuja base econômica era a agricultura.
A Áustria se opunha à unificação alemã. Já a Prússia viu com interesse a unificação do capitalismo alemão, que somente foi possível após as iniciativas bélicas prussianas comandadas por Bismarck.
Guilherme I foi proclamado imperador do II Reich (império) alemão.
 
A Guerra de Secessão
As colônias de povoamento do norte dos EUA destacaram-se na produção de manufaturados, dinamizando a vida urbana.
A produção de subsistência de gêneros agrícolas de primeira necessidade era garantida graças às famílias.
Nas colônias de exploração do sul, caracterizadas pelo uso do latifúndio, havia a produção de gêneros tropicais com a exploração do escravismo.
As diferenças de interesses existentes entre as elites do sul agrário e as do norte industrial foram as causas da guerra civil norte-americana.
A burguesia industrial nortista estava muito ansiosa por novos mercados que estavam se formando, porém havia dois empecilhos a isso: a escravidão e a resistência sulista às tarifas protecionistas. Os nortistas eram francamente contrários à escravidão.
Os sulistas defendiam a manutenção de seus privilégios aristocráticos e acreditavam que, sem a escravidão, as suas bases econômicas desmoronariam.
As tensões foram se acirrando ainda mais com a fundação de novos estados no oeste. Abolicionistas e escravistas viam-se, então, no direito de impor ou não a escravidão nesses estados.
Com a vitória do Partido Republicano, o nortista Abraham Lincoln assumiu a presidência com um forte discurso protecionista e antiescravista.
Como represália a essa eleição republicana, os Estados Confederados da América foram fundados.
O estopim do conflito foi o ataque aberto pelo sul ao Forte Sumte, em 1861, que foi vencido pelo norte.
O presidente Lincoln decretou a abolição da escravatura. A Guerra de Secessão chegou ao fim apenas em 1865.
Pouco tempo depois, Lincoln foi assassinado em um teatro por um fanático sulista.
O sul sofreu enormes prejuízos, dado que o fim da escravidão não foi suficiente para a inserção do negro na sociedade norte-americana. O sul passou a segregá-los por meio de várias formas, mas de maneira mais agravante e humilhante com a organização racista e branca Ku Klux Klan.

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