Presidentes da redemocratização

José Sarney enfrentou muitos problemas econômicos. O desemprego, a dívida externa e a inflação eram muito altos. Ele adotou o Plano Cruzado. Várias medidas foram tomadas para baixar a inflação, como o tabelamento de preços. Mas, o plano não foi suficiente para conter a crise.
Em seu governo, foi convocada a Assembleia Nacional Constituinte para que fosse elaborada uma nova Constituição. Suas principais características foram:

• estabelecimento do Estado de direito democrático;
• voto facultativo para analfabetos e menores acima de 16 anos;
• direito de greve;
• direitos trabalhistas aos trabalhadores domésticos;
• licença maternidade;
• jornada de trabalho de 44 horas semanais; e
• incriminação do racismo e do terrorismo.

Em novembro de 1989, finalmente o povo poderia escolher o presidente. E o primeiro representante do poder Executivo eleito por voto direto foi Fernando Collor de Mello em uma das eleições mais disputadas do país contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Collor era conhecido como o “caçador de marajás”, pois prometia acabar com a hiperinflação, modernizar o país, moralizar a administração pública, acabando com a corrupção e combatendo os altos salários de funcionários que ganhavam sem trabalhar.
Os empresários também temiam Lula, o outro candidato, por suas ideias nacionalistas.
A classe média e a burguesia não queriam um líder sindical no poder. Por isso, no segundo turno, Collor venceu as eleições.
Sua primeira medida para acabar com hiperinflação foi o confisco da poupança e do dinheiro das aplicações financeiras e das contas-correntes.
Ele fechou empresas estatais, decretou o tabelamento de preços e mudou a moeda outra vez.
Em 1992, numa entrevista à revista Veja, seu irmão presidente, Pedro Collor de Mello, fez denúncias gravíssimas contra ele a respeito de uma grande rede de corrupção.
A partir das denúncias, o Congresso abriu uma CPI.
Collor perdeu o apoio da população e milhões de pessoas foram às ruas pedir seu afastamento, seu impeachment.
Antes que ele fosse votado no Senado, Collor renunciou.
Com a renúncia de Collor, o vice – Itamar Franco – assumiu o cargo de presidente.
Escolheu para ministro da Fazenda o senador Fernando Henrique Cardoso. Ele criou o Plano Real, cujos principais pilares era a equiparidade com o dólar. Esse plano conseguiu frear a inflação e conter o desemprego.
Apoiado pelo sucesso do real, Fernando Henrique lançou sua candidatura à Presidência.
O governo de FHC baseou-se no controle da inflação, nas privatizações, na âncora cambial e numa política de juros altos. A moeda brasileira ficou supervalorizada e valia o mesmo que um dólar.
O governo FHC também foi marcado por uma forte política de privatização. Algumas dessas privatizações foram alvo de grandes manifestações contrárias por parte de grupos de esquerda.
Outra prática comum era o socorro financeiro a grupos que estavam à beira da falência.
O Plano Real sofreu o primeiro golpe em 1999, quando houve a desvalorização da moeda.
Para aumentar as exportações, o governo acabou gerando inflação.
Com a subida do dólar, o real sofreu ataques especulativos na Bolsa de Valores. Para estabilizar a economia, o governo pediu empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
O governo FHC também obteve algumas conquistas nas áreas sociais, como a redução da mortalidade infantil, do analfabetismo e o aumento da expectativa de vida da população. Infelizmente, a desigualdade social continuou grande.
Após disputar três vezes a candidatura à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em 1º de janeiro de 2003. Ele foi o presidente mais votado da história do país.
Seu governo foi marcado pelo combate à fome, combate à inflação e à crise financeira, bem como pela criação de empregos.
O Brasil exportou mais, controlou a inflação, o real ganhou força diante do dólar, o consumo aumentou pela maior facilidade de crédito e, embora tenha aumentado o número de vagas de emprego, isso não foi suficiente para mitigar o desemprego.