Ortografia

O alfabeto da Língua Portuguesa é formado por 26 letras:
A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y e Z.
As letras “K”, “W” e “Y” fazem parte do alfabeto em língua portuguesa e são usadas:

• em abreviaturas, em símbolos e em palavras estrangeiras; e
• em derivados portugueses de nomes estrangeiros.

 
O EMPREGO DAS CONSOANTES

• Emprego das letras “x”, “ch”, “s”, “ss”, “z”, “g” e “j”.

X é usado:

• depois de ditongo;
• depois de “em” (inicial); e
• depois de “m” (inicial).

Se o radical da palavra for escrito com “ch”, seus derivados também terão “ch”.
 
CH é usado:

• nos sufixos “-acho”, “-achão”, “-icho” e “-ucho”;
• depois de “-n”; e
• nos derivados de palavras que já contiverem “ch”.

 
S é usado:

• em adjetivos terminados em “-oso”, “-osa”;
• nos sufixos “-ês”, “-esa”, em adjetivos pátrios, títulos de nobreza e em palavras derivadas de substantivos;
• no sufixo “-ense”;
• nas formas dos verbos “pôr” e “querer” e seus derivados;
• nos verbos com radical terminado em “s”;
• de modo geral, quando após o ditongo vier o “s”;
• nos grupos “-ist” e “ust”; e
• nos diminutivos dos substantivos com radicais em “s”.

 
SS é usado:

• em nomes relacionados a verbos cujos radicais terminam em “-gred”, “-ced”, “-met”, “prim” e em verbos terminados em “-tir”.

 
Z é usado:

• nos sufixos “-ez”, “-eza” e no caso de substantivos abstratos derivados de adjetivos; e
• no sufixo “-izar”, quando a palavra de origem não for escrita com “s”.

 
J é usado:

• na terminação “-aje”;
• nos derivados de palavras que tiverem “j” em seu radical;
• nas formas verbais dos verbos terminados em “-jar”; e
• em vocábulos de origem indígena e africana.

 
Sempre use iniciais maiúsculas:

• no início de períodos, versos ou citações diretas;
• em substantivos próprios;
• em nomes de vias e lugares públicos;
• em nomes de eras históricas e em datas importantes, quando escritas por extenso;
• em nomes de artes, disciplinas, ciências, instituições de ensino, instituições políticas, citação direta, em títulos de livros, jornais, revistas e demais criações do intelecto humano (por exemplo: Renascimento, no campo das artes; e Biologia, no campo das ciências);
• nos pontos cardeais (que indiquem região);
• em nomes de leis, decretos, atos;
• em pronomes de tratamento;
• em correspondências; e
• em nomes comuns personificados ou individualizados.

 
SÍLABA
Sílaba é um fonema ou grupo de fonemas que são emitidos em um só impulso de voz. As palavras podem ser classificadas quanto ao seu número de sílabas, que são separadas por soletração. As palavras podem ser:

• monossilábicas: com apenas uma sílaba;
• dissilábicas: que têm duas sílabas;
• trissilábicas: que têm três sílabas; e
• polissilábicas: que têm quatro sílabas ou mais.

 
TONICIDADE
Em cada palavra com duas ou mais sílabas existe sempre uma que se destaca com maior intensidade. Essa é a sílaba tônica, na qual recai o acento tônico. Ela pode ser:

• principal; ou
• secundária.

De acordo com o acento tônico, as sílabas podem ser classificadas como:

• tônicas;
• átonas; e
• subtônicas.

 
CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO À SÍLABA TÔNICA
De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras são classificadas como:

• oxítonas: a sílaba tônica é a última sílaba;
• paroxítonas: a sílaba tônica é a penúltima sílaba; e
• proparoxítonas: a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba.

 
DIVISÃO SILÁBICA
Algumas sílabas não se separam. Isso ocorre em:

• ditongos e tritongos;
• nos dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “qu”, “gu”;
• nos grupos consonantais; e
• nos encontros consonantais iniciais.

Atenção! Se duas consoantes forem pronunciadas separadamente, as letras que as representam também devem ser separadas na divisão silábica.
Os casos nos quais as sílabas que se separam são:

• as vogais dos hiatos;
• os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xc” e xs;
• as vogais idênticas; e
• letras “cc” e “cç”.

Outras regras muito importantes são:

• as consoantes não seguidas de vogal ficam na sílaba anterior;
• nos prefixos bis-, cis-, des-, dis- e trans-, o “s” não se separa quando a sílaba começa com consoante, mas é separado quando a sílaba seguinte começa por vogal;
• no prefixo ex-, o “x” não é separado quando a sílaba seguinte começa por consoante, contudo ele é separado quando a sílaba seguinte começa por vogal; e
• os prefixos sub- e inter- seguem as mesmas normas.

Em vocábulos com três vogais juntas (sendo a do meio a semivogal “i”), forma-se um ditongo entre as duas primeiras letras.
 
EMPREGO DO HÍFEN
O hífen é empregado em palavras compostas cujos elementos mantêm sua independência, mas o conjunto forma com perfeição uma unidade de sentido.
Usa-se o hífen em:

• palavras compostas que não apresentam elementos de ligação;
• compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação;
• compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo;
• palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação; e
• compostos que designam espécies animais botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes e sementes), que tenham ou não elementos de ligação.

 
PREFIXOS
O hífen é utilizado:

• diante de palavra iniciada por “h”;
• se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Porém, se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por “r” ou “s”, dobram-se essas letras. No entanto, com os prefixos hiper, inter e super deve-se manter o hífen;
• em prefixos como “ex”, “sem”, “além”, “aquém”, “recém”, “pós”, “pré”, “pró” e “vice”;
• no prefixo “co”, quando se junta com a segunda palavra, mesmo que esta se inicie por “o” ou “h”. Se a segunda palavra iniciar com “h”, o hífen cortado. Mas, lembre-se da regra: se a palavra seguinte começar com “r” ou “s”, dobram-se essas letras;
• na formação de palavras com “ab”, “ob” e “ad”; o hífen também é empregado em palavras começadas por “b”, “d” ou “r”;
• com a palavra “mal” se o vocábulo seguinte começar por vogal, “h” ou “l”. Quando “mal” significar “doença”, usa-se hífen se não houver elemento de ligação.

 
Não se usa hífen:

• nos prefixos “pre” e “re”, mesmo em palavras começadas por “e”;
• na formação de palavras com “não” e “quase”; e
• em compostos que apresentam elementos de ligação.

 
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Para acentuar corretamente as palavras, é bom rever sua classificação quanto à sílaba tônica, assim como os conceitos de ditongo e hiato.
 
Acentuação das proparoxítonas

• todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

Acentuação das paroxítonas
São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em: I, IS, R, X, N, L, UM, UNS, US, PS. Como exemplos temos: “bíceps”; “fórceps”), Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, e em ditongo oral (seguido ou não de “S”).
 
OUTRAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO

• paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento;
• usa-se indiferentemente os acentos agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia;
• os prefixos paroxítonos que terminam em “r” e em “i” não são acentuados;
• se o “i” e o “u” forem seguidos de “S”, a regra anterior se mantém;
• não se acentuam “i” e “u” se seguidos de “nh”;
• nas paroxítonas, o “i” e “u” não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo.

 
ACENTUAÇÃO DAS OXÍTONAS
São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS. Os ditongos abertos ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) são acentuados somente nas palavras oxítonas com uma ou mais sílabas. As três vogais (a, e, o) seguidas ou não de –s também são acentuadas.
 
ACENTUAÇÃO DOS MONOSSÍLABOS
Monossílabos tônicos terminados em A, E, O, seguidos ou não de -s, também são acentuados.
 
ACENTUAÇÃO DE HIATOS
A primeira letra dos hiatos “voo”, “enjoo”, “veem”, “zoo” e “creem” não é acentuada.
 
ACENTUAÇÃO DOS VERBOS “TER” E “VIR”
Os verbos “ter” e “vir” recebem o acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo.
Esses verbos recebem o acento agudo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo e acento circunflexo na terceira pessoa do plural.
 
O TREMA
Não é mais usado a partir do novo acordo ortográfico, de 2008. Porém, o trema permanece em palavras estrangeiras e em seus derivados.
 
ACENTO DIFERENCIAL
O acento diferencial permite identificar palavras que têm a mesma pronúncia, mas, com a reforma ortográfica, ele permanece apenas para os verbos.
 
PARÔNIMOS
Parônimos são palavras com som semelhante, mas de sentido e grafia diferentes. Provocam confusão no uso devido à estreita semelhança sonora.
 
CRASE
Crase é a junção de duas vogais de mesma natureza. Para distingui-la, usa-se o acento grave. Ela pode resultar da junção:

• de preposição a + artigo feminino definido a/as;
• de preposição a + pronome demonstrativo a/as. Exemplos: aquela/aqueles; e
• de preposição a + vogal “a” inicial dos pronomes demonstrativos aquele/aqueles, aquela/aquelas, aquilo.

Não confunda o pronome pessoal “a” com o demonstrativo “a”!
Também usa-se crase:

• para evitar ambiguidade ou anfibologia (sentido duplo na construção sintática); e
• antes de palavras ocultas por zeugma.

Alguns gramáticos ensinam que se deve acentuar o “a” de algumas expressões como: “receber à bala”, “fazer à vela”, “matar à faca”, “desafiar à espada”, etc. Deve-se evitar o emprego do acento quando a frase não oferecer ambiguidade ou não denotar falta de clareza.