Literatura brasileira
Século XVI
A produção literária do primeiro século de História do Brasil resume-se à literatura de viagem e à jesuítica, de caráter missionário. Muito comum na península Ibérica durante o século XVI, a literatura de viagem consiste em textos não literários, observadores, claramente ideológicos e de certa ingenuidade, que procuravam descrever as terras coloniais, suas riquezas e habitantes. O destaque maior cabe a Pero Vaz de Caminha e sua Carta a el-rei D. Manuel, relatando o descobrimento do Brasil. A literatura jesuítica é fruto do trabalho jesuítico de catequizar os índios
Os destaques são Padre Manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.
 
PADRE MANUEL DA NÓBREGA
Autor do Diálogo sobre a Conversão do Gentio, que trata da conversão do índio.
 
PADRE JOSÉ DE ANCHIETA
O destaque na obra de Anchieta é sua poesia não catequética, escrita em latim, espanhol e português. É considerado o primeiro poeta do Brasil, daí o elevado valor histórico de sua obra.
 
Barroco (1601-1768)
O Barroco no Brasil foi um modo de se produzir arte apenas de forma adaptada, pois sua produção cultural no século XVII era insignificante. A literatura barroca meramente espelhou a literatura portuguesa, salvo pouquíssimas exceções. Caracterizada por expressar a angústia e a agonia de um homem dividido entre razão e fé, entre religiosidade e desejos materiais, a literatura barroca busca o não objetivo, o inconsistente. Os destaques no Brasil são Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira.
 
GREGÓRIO DE MATOS
Nascido em 1633, em Salvador, e falecido em 1696, formou-se advogado pela Universidade de Coimbra. Gregório de Matos chegou a ser deportado do Brasil e, retornando, viveu no Recife, onde faleceu. É a maior figura do Barroco brasileiro. Sua obra é composta de poesia lírica, religiosa e satírica (por vezes extremamente violenta, valeu-lhe o apelido “Boca do Inferno”).
 
Arcadismo (1768-1836)
O Iluminismo é um conceito fundamental para entendermos o século XVIII.
Seguindo os preceitos iluministas, o Arcadismo prega que a arte deve ser simples, racional e objetiva, procurar o verossímil e imitar a natureza. Não é de espantar, portanto, que também seja conhecido como Neoclassicismo, pois resgatava os valores renascentistas. As características mais marcantes da literatura árcade são a exaltação da vida pastoril (bucolismo), da natureza, a busca da universalidade e o uso intenso da mitologia clássica. O Arcadismo no Brasil está intimamente ligado ao ciclo do ouro em Minas Gerais.
 
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Nascido no Porto em 1744 e falecido por volta de 1810, este filho de brasileiro formou-se em Direito em Coimbra e trabalhou toda vida na burocracia. Envolvido com a Inconfidência Mineira, foi exilado em Moçambique, onde faleceu. Escreveu Marília de Dirceu e Cartas Chilenas.
 
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
Nasceu em 1729, em Minas Gerais, e lá faleceu em 1789. Formado em Direito em Coimbra, foi o instaurador do Arcadismo no Brasil, com Obras Poéticas (1768).
Preso por participar da Inconfidência, morreu na prisão, de suicídio presumido.
 
SILVA ALVARENGA
Manuel Inácio da Silva Alvarenga nasceu em Vila Rica, em 1749, e faleceu no Rio em 1814. Formado advogado em Coimbra, foi professor no Rio. Escreveu Glaura e O Desertor.
 
ALVARENGA PEIXOTO
Nascido em 1744 e falecido em 1792, escreveu obra pequena, marcada pela exaltação ao Marquês de Pombal, ao despotismo esclarecido e por tratar do colonialismo.
 
SANTA RITA DURÃO
Frei José de Santa Rita Durão nasceu em Minas Gerais, em 1722, e faleceu em Lisboa, em 1784. Doutorou-se em Filosofia e Teologia em Coimbra. Fez parte da ordem de Santo Agostinho antes de passar 20 anos na Itália.
 
BASÍLIO DA GAMA
Nascido em Tiradentes, Minas Gerais, em 1741, e falecido em Lisboa, em 1795, José Basílio da Gama era estudante em colégio de jesuítas quando eles foram expulsos do Brasil.
 
Romantismo (1836-1881)
O Romantismo está associado ao período pós-Revolução Francesa, expressando o descontentamento das classes desfavorecidas ou marginalizadas no decorrer da destruição do Velho Regime. Os valores dominantes no Romantismo foram o cristianismo, o medievalismo, a valorização da emoção e do amor, o nacionalismo, a evasão, o culto ao passado das nações, o subjetivismo voltado para si mesmo e a rejeição às formas. O indianismo (trato do índio como herói do passado colonial) foi a versão brasileira do nacionalismo romântico.
O Romantismo no Brasil coincidiu com a independência política, assumindo, de modo artificial, um caráter de valorização do país e de seu passado (pretensamente) heroico.
A produção literária romântica geralmente é dividida de acordo com o tema abordado com mais destaque.
 
Poesia romântica:

 
Prosa romântica

 
ÁLVARES DE AZEVEDO
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo, em 1831, e faleceu no Rio, em 1852. Estudante de Direito em São Paulo, faleceu antes de concluir o curso, tuberculoso. Consta que fez parte de círculos boêmios, influenciado pelo poeta romântico inglês Byron. A maior marca de sua poesia é o extremo pessimismo.
 
CASTRO ALVES
Um dos maiores vultos do Romantismo, Antônio Frederico Castro Alves nasceu em Curralinho (atual cidade de Castro Alves), em 1847, e faleceu em Salvador, em 1871. Estudou Direito no Recife e em São Paulo, sem se formar. Teve uma vida aventureira e é o maior representante da chamada terceira fase do Romantismo, voltada para a temática social, mas sua poesia lírico-amorosa também merece destaque.
 
GONÇALVES DE MAGALHÃES
Introdutor do Romantismo no Brasil, com Suspiros Poéticos e Saudades (1836), Domingos Gonçalves de Magalhães nasceu em 1811 e faleceu em 1882. Considerado um poeta menor, defendeu um programa de renovação da literatura nacional.
 
JUNQUEIRA FREIRE
Luís José Junqueira Freire nasceu em 1832, em Salvador, e faleceu em 1855. Estudou humanidades e ingressou na Ordem Beneditina como noviço. Seguiu a carreira religiosa apenas por um ano, falecendo em seguida. Toda a sua poesia é sobre o interior do homem, expressando o conflito fé contra razão e o tema do mal do século. Sua única obra é Inspirações do Claustro (1855).
 
CASIMIRO DE ABREU
Casimiro José Marques de Abreu nasceu em 1839, no Rio de Janeiro, e faleceu em 1860, de tuberculose. Sua obra versa sobre Deus, natureza e morte.
 
FAGUNDES VARELA
Nascido em 1841, no Rio de Janeiro, e falecido em 1875, Luís Nicolau Fagundes Varela cursou Direito, passou por dois casamentos e teve vida boêmia. Sua poesia começou sob inspiração byroniana e mais tarde apresentou traços de denúncia social.
 
JOSÉ DE ALENCAR
José Martiniano de Alencar foi o mais importante romancista do Romantismo e um dos mais importantes da literatura brasileira, principalmente pela importância histórica e de consciência. Alencar sabia que estava estabelecendo a narrativa longa no Brasil e tinha um grande projeto de retratar o presente e o passado de todo o país na sua obra. Retratou o índio e o sertanejo, o passado histórico e criticou os costumes urbanos.
José de Alencar nasceu em 1829, foi jornalista, deputado e Ministro da Justiça, e faleceu em 1877.
 
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO
Nascido em 1820 e falecido em 1882, formado médico, foi professor de História do Brasil e deputado. Iniciou a ficção urbana no Brasil com A Moreninha (1844), obra mais famosa dentre os 18 romances que escreveu.
 
MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA
Nasceu em 1831 e faleceu em um naufrágio em 1861, no litoral fluminense. Foi redator e revisor de jornal. Considerado transição do Romantismo para o Realismo, o único livro de Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias (1853), é isento de idealismo, descrevendo o Rio de Janeiro da época de D. João VI e seus costumes com precisão e humor.
 
BERNARDO GUIMARÃES
Nascido em Ouro Preto, em 1825, e falecido em 1884, Bernardo Joaquim da Silva Guimarães foi advogado, professor e jornalista. Seus temas principais foram a natureza e a pátria, mas ficou conhecido com A Escrava Isaura (1875), romance um tanto antiescravista, além de ser considerado pioneiro do regionalismo brasileiro.
 
FRANKLIN TÁVORA
Nasceu em 1842 e faleceu em 1888. Foi fundador do regionalismo nordestino. Escreveu O Cabeleira (1876), O Matuto (1878) e Lourenço (1881).
 
VISCONDE DE TAUNAY
Alfredo d’Escragnolle Taunay nasceu em 1843 e faleceu em 1899. Foi pintor, engenheiro e professor da Escola Militar. Na sua extensa obra destacam-se A Retirada da Laguna (1871) e Inocência (1872).
 
Realismo (1881-1902)
Na segunda metade do século XIX, as tendências românticas deram lugar a uma visão de mundo materialista, científica.
No Brasil, essas ideias coincidiram com vários eventos que prenunciavam o fim do escravismo e do
regime imperial: o desenvolvimento da economia cafeeira, o crescimento de classes médias urbanas e os conflitos cada vez mais acirrados entre abolicionistas e monarquistas e republicanos.
O Realismo caracterizou-se pelo cientificismo, pela retratação das personagens a partir das motivações externas (vertente naturalista) ou internas (vertente realista), fidelidade à realidade, linguagem simples e precisa, descrição detalhista, foco narrativo em seu próprio tempo e espaço históricos. O Naturalismo foi o Realismo levado às últimas consequências, vendo o homem como um ser totalmente condicionado pelo ambiente. No Realismo de vertente realista destacamos Machado de Assis e Raul Pompeia, e, no de vertente naturalista, Aluísio Azevedo e Inglês de Souza.
 
MACHADO DE ASSIS
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 1839, e lá faleceu, em 1908. Mulato, de origem modesta, ficou órfão cedo. Aos 16 anos tornou-se tipógrafo aprendiz. Posteriormente, foi jornalista. Iniciou a carreira literária com poemas e crônicas, partindo depois para o teatro, contos e romances. A segunda fase garantiu a Machado o título de maior escritor da literatura brasileira. Foi fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1896.
 
RAUL POMPEIA
Maior vulto do nosso Realismo depois de Machado de Assis, Raul D’Ávila Pompeia nasceu em 1863, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e suicidou-se em 1895.
O Ateneu (1888) foi um dos mais importantes romances da literatura brasileira.
 
Naturalismo
 
ALUÍSIO AZEVEDO
Nascido no Maranhão, em 1857, e falecido em Buenos Aires, em 1913, Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo escreveu O Mulato (1881), livro que é considerado o primeiro romance naturalista do Brasil.
 
Parnasianismo 
Correspondente ao Realismo na poesia. Cultuava as formas, buscando vocabulário correto, rima, métrica e ritmo perfeito
Caracteriza-se pela máxima “a arte pela arte”.
O introdutor do Parnasianismo no Brasil foi Teófilo Dias, com Fanfarras (1882). Os parnasianos de destaque foram Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Francisca Júlia.
 
OLAVO BILAC
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu em 1865 no Rio de Janeiro e faleceu em 1918. Foi jornalista e passou por cursos de Medicina e Direito, sem tê-los concluído.
É autor do “Hino à Bandeira” e foi considerado “príncipe dos poetas brasileiros”.
 
ALBERTO DE OLIVEIRA
Nascido em 1857 e falecido em 1937, Antônio Mariano Alberto de Oliveira também foi fundador da Academia Brasileira de Letras.
 
RAIMUNDO CORREIA
Raimundo da Mota Azevedo Correia nasceu no Maranhão, em 1859, e faleceu em Paris, em 1911. Foi juiz, e como os anteriores, fundador da Academia Brasileira de Letras.
Pouco participou da vida literária de então por sua timidez.
 
Simbolismo
Contemporâneo do Realismo e do Parnasianismo, o Simbolismo foi um movimento que espelhou as tensões do fim do século XIX. Contrários ao cientificismo, ao positivismo e ao analitismo que imperavam absolutos na arte realista e por eles identificados com a civilização industrial/burguesa, civilização que para os artistas simbolistas era uma decadente. O objetivo do Simbolismo era criar uma arte que recuperasse a totalidade das coisas.
Outras características importantes do Simbolismo são o uso de sinestesias (cruzamento de sensações produzidas por sentidos diferentes) e a intensa musicalidade dos seus versos
 
CRUZ E SOUSA
Maior poeta simbolista do Brasil, João da Cruz e Sousa nasceu em 1861, em Desterro, atual Florianópolis, e faleceu em Minas Gerais, em 1898. Filho de escravos alforriados, recebeu educação e proteção do ex-dono. Foi jornalista e professor, tendo enfrentado o preconceito racial por toda a vida.
 
ALPHONSUS DE GUIMARAENS
Afonso Henriques da Costa Guimarães nasceu em 1870, em Ouro Preto, e faleceu em 1921, em Mariana, ambas em Minas Gerais. Estudou Engenharia e Direito, foi juiz e jornalista. Toda a sua obra é marcada pela morte de uma prima, amor de juventude do poeta, mas ao mesmo tempo é de expressiva tendência místico-religiosa.
 
Pré-Modernismo
A eclosão da Primeira Guerra Mundial destruiu o sonho de um mundo de paz e prosperidade para a humanidade. E mesmo os primeiros anos do século já exalavam uma atmosfera de tensão.
O Brasil passava por profundas alterações devido à expansão da cultura cafeeira, à industrialização e urbanização nascentes, à massa de imigrantes e outros fatores, como movimentos grevistas, revoltas e conflitos no Nordeste (Canudos, cangaço).
O que chamamos de Pré-Modernismo é uma convenção para designar um período longe de ser homogêneo, na maior parte pouco inovador, mas que preparou o terreno para a arte crítica e de denúncia do Modernismo.
No geral, a prosa desse período tratava das mazelas de um país que se industrializava, mas ainda preservava muito do atraso rural.
 
LIMA BARRETO
Nascido e falecido no Rio de Janeiro (1881-1922), Afonso Henrique de Lima Barreto era um jornalista e funcionário público, mulato, pobre e do subúrbio. Teve uma vida penosa, repleta de crises de bebedeira, internações em hospícios e pobreza. Sua obra mais renomada é o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma.
 
EUCLIDES DA CUNHA
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, em 1866, e faleceu no Rio, em 1909, assassinado. Engenheiro e jornalista, cobriu a Guerra de Canudos para O Estado de S. Paulo, o que serviu de base para escrever Os Sertões (1902), obra fundamental sobre o Brasil.
 
MONTEIRO LOBATO
José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, em 1882, e faleceu em 1948. Foi promotor e fazendeiro no interior do estado de São Paulo. Grande defensor dos interesses nacionais, moveu campanhas em favor da exploração do petróleo e ferro em território nacional por empresas nacionais. Fundou editoras, sendo até mesmo preso por suas ideias.
 
AUGUSTO DOS ANJOS
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu na Paraíba, em 1884, e faleceu em Minas Gerais, em 1914. Formado em Direito, foi professor de literatura e língua portuguesa. Publicou em vida apenas um livro, de extraordinária força e qualidade: Eu (1912)
 
Modernismo
O chamado Modernismo brasileiro foi o acontecimento mais revolucionário da história da arte e da literatura brasileiras, destruindo todos os padrões que vigoravam até então. Fundindo a influência das vanguardas europeias com um desejo de renovação e a observação aguda da realidade brasileira, o Modernismo causou grande escândalo, estabelecendo novos objetivos e parâmetros para a arte brasileira.
A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, foi um evento artístico repleto de críticas, vaias e ultrajes.
A primeira fase modernista, conhecida como radical, é o momento dos manifestos (Pau-Brasil, Manifesto Nhenguaçu Verde-Amarelo, Manifesto Regionalista e Manifesto de Antropofagia), das revistas contendo programas e propostas para a arte e o país (Klaxon, A revista, Festa, Estética).
Os principais nomes da primeira fase são Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Alcântara Machado, Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet e Guilherme de Almeida. A segunda fase foi o amadurecimento das ideias escandalosas de 1922. Ampliando os ideais e temas da primeira fase, além de incorporar temas religiosos ou místicos, teve ampla aceitação. Na poesia, destacam-se Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Cecília Meireles e Vinicius de Moraes. A prosa dessa fase, conhecida como regionalista, é marcada pela retratação das várias regiões do país e seus problemas.
A terceira fase caracteriza-se pela multiplicidade de tendências na prosa, impossíveis de serem enumeradas, e por uma poesia que retoma o rigor formal. Uma tentativa simples de classificar a prosa seria:

 
MANUEL BANDEIRA
Nascido no Recife e falecido no Rio de Janeiro (1886-1968), Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho viveu para as letras.
Seus primeiros poemas são de nítida influência simbolista, mas o contato com os primeiros modernistas transformou radicalmente sua obra, uma das mais importantes de toda a poesia brasileira.
 
MÁRIO DE ANDRADE
Considerado por muitos estudiosos a figura mais importante e lúcida do movimento Modernista, Mário Raul Moraes de Andrade nasceu em São Paulo em 1893 e lá faleceu em 1945, sendo essa cidade tema e cenário constante da sua obra.
Figura importantíssima do Modernismo (foi organizador e palestrante da Semana de Arte Moderna), publicou a primeira obra consagrada ao movimento: Pauliceia Desvairada (1922).
 
TARSILA DO AMARAL
Pintora e escultora brasileira, nasceu em Capivari, São Paulo, em 1897.
Seus quadros revelam a influência que sofreu dos patrimônios artísticos das cidades mineiras, o que se apresenta em “Morro da Favela” e “Religião Brasileira”. É considerada precursora do Cubismo e Surrealismo.
 
OSWALD DE ANDRADE
Outro paulistano nascido e falecido nessa metrópole (1890-1954), José Oswald de Sousa Andrade era membro de uma família rica, o que lhe possibilitou viajar muitas vezes à Europa, onde entrou em contato com os movimentos vanguardistas.
Teve uma vida agitada, repleta de casos amorosos e rixas intelectuais. Junto a Mário de Andrade, é considerado a figura central do Modernismo.
 
VINÍCIUS DE MORAES
Nascido no Rio de Janeiro, em 1913, formou-se em Direito e ingressou na carreira diplomática. Destacou-se como um dos mais famosos poetas modernistas brasileiros. Costuma-se dividir sua obra em duas fases: na primeira apresenta uma tendência espiritual; na segunda fase ele dá mais valor às coisas materiais, políticas e coletivas. Vinícius de Moraes foi ainda um dos melhores letristas da música popular brasileira.
Foi ainda crítico de arte e de cinema, teatrólogo e cronista. Morreu em 1980, no Rio de Janeiro, aos 67 anos.
 
GUILHERME DE ALMEIDA
Nasceu em Campinas (SP), em 1890; morreu em São Paulo (SP), em 1969.
Poeta, ensaísta, crítico, tradutor e jornalista brasileiro, pertenceu à segunda fase do Modernismo.
Em 1959, foi eleito o “príncipe dos poetas brasileiros”. Participou do Movimento Modernista (Semana de Arte Moderna de 1922). Revelou-se poeta épico do Movimento Constitucionalista (1932). Seus poemas são de inspiração romântica e revelam seu esmerado processo rítmico.
 
ALCÂNTARA MACHADO
Antônio Castilho de Alcântara Machado D’Oliveira nasceu em São Paulo, em 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1935.
 
RAUL BOPP
Nascido no Rio Grande do Sul, em 1898, e falecido no Rio, em 1984, Raul Bopp viajou muito pelo Brasil e foi jornalista e diplomata. Ligou-se aos modernistas e escreveu um dos textos mais importantes da fase inicial do Modernismo: “Cobra Norato” (1931), longo poema épico.
 
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Nascido em 1902 e falecido em 1987, Drummond é para muitos o maior poeta brasileiro do século e de toda a nossa literatura. Formado em Farmácia, jamais exerceu a profissão, tendo sido professor, jornalista e funcionário público.
 
MURILO MENDES
Murilo Monteiro Mendes nasceu em Minas Gerais, em 1901, e faleceu em 1975, em Lisboa. Estudou Direito e exerceu diversas profissões, entre elas a de professor de Literatura Brasileira, em Roma.
 
CECÍLIA MEIRELES
Nascida no Rio de Janeiro, em 1901, e falecida em 1964 na mesma cidade, Cecília Meireles dedicou sua vida ao ensino (foi professora primária e professora de Literatura Brasileira em Brasília e nos Estados Unidos), à sua elaborada obra e às longas viagens que realizou mundo afora. É uma autora bastante popular.
 
GRACILIANO RAMOS
Nascido em Alagoas, em 1892, e falecido no Rio de Janeiro, em 1953, Graciliano Ramos foi jornalista e prefeito de Palmeira dos Índios (Alagoas). Além de amigo de vanguarda dos escritores nordestinos de então, teve ligações com o PCB, o que lhe custou um ano de prisão, experiência relatada no famoso romance Memórias do Cárcere.
 
JOSÉ LINS DO REGO
Nascido em 1901, na Paraíba, e falecido no Rio de Janeiro, em 1957, José Lins do Rego Cavalcanti passou a infância no engenho do avô materno, fato que está presente em quase toda a sua obra. Defensor ardoroso das propostas modernistas, escreveu o chamado “ciclo da cana-de-açúcar”, admirável retrato da decadência dos engenhos nordestinos.
 
RAQUEL DE QUEIROZ
Nasceu em 1910, em Fortaleza, Ceará, e faleceu em 2003, no Rio de Janeiro. Essa expoente do regionalismo nordestino estreou cedo na literatura com o romance O Quinze. Seus primeiros livros são claramente políticos, influenciados por teses esquerdistas. Mais tarde afirmou-se como grande cronista.
 
ÉRICO VERÍSSIMO
Nascido e falecido no Rio Grande do Sul (1905-1975), Érico Veríssimo exerceu diversas profissões, destacando-se a de professor de Literatura Brasileira nos EUA. Um dos autores mais vendidos e traduzidos da literatura nacional, o destaque na sua obra é a trilogia O Tempo e o Vento, contando a história do Rio Grande do Sul.
 
JORGE AMADO
Autor brasileiro mais conhecido no exterior e dos mais lidos no Brasil, Jorge Amado de Faria nasceu em Itabuna, Bahia, em 1912, e faleceu em 2001. Formado em Direito, teve longa militância socialista, o que o levou à prisão e a conhecer países socialistas. A quase totalidade de sua obra retrata a Bahia, a zona do cacau, os conflitos pela terra e os costumes do povo baiano.
 
CLARICE LISPECTOR
Nascida na Ucrânia (ex-URSS), em 1925, e falecida no Rio de Janeiro, em 1977, essa escritora é considerada a mais importante do Brasil no século XIX, junto a Guimarães Rosa. Levou a chamada prosa intimista ou introspectiva ao grau máximo de refinamento.
 
GUIMARÃES ROSA
João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, interior de Minas Gerais, em 1908, e faleceu no Rio, em 1967. Apaixonado pela natureza e por línguas, dominava vários idiomas. Formado em Medicina, foi diplomata e ministro do governo Kubitschek. Por meio de um genial uso de coloquialismos, invenções, uso de rima em prosa, inversões, etc., realizou uma das maiores obras de toda a literatura brasileira. Grande Sertão: Veredas, seu único romance, é considerado por muitos o maior de nossas letras.
 
JOÃO CABRAL DE MELLO NETO
Nascido em Recife, em 1920, e falecido no Rio de Janeiro, em 1999, exerceu a profissão de diplomata e foi membro da Academia Brasileira de Letras. É considerado o maior poeta brasileiro da segunda metade do século, junto a Drummond. Sua poesia é bastante trabalhada e formal, destituída de qualquer traço de sentimentalismo.
 
PAULO LEMINSKI 
Nasceu em Curitiba, em 1944. Poeta, romancista e tradutor, era uma mistura de índio com polonês. Em 1963, abandona a vocação religiosa. Viaja a Belo Horizonte para participar da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda e conhece Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos, criadores do Movimento Concretista.
Foi professor de história e redação em cursos pré-vestibulares, experiência que motiva a criação de seu primeiro romance, Catatau (1976). Leminski também atua como diretor de criação e redator em agências de publicidade, o que contribui para sua atividade poética, sobretudo no aspecto da comunicação visual.
Casa-se com a poeta Alice Ruiz (1946), com quem tem três filhos: Miguel Ângelo (que morre aos dez anos), Áurea e Estrela. Em 7 de junho de 1989, o poeta morre, vítima de cirrose hepática.

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